Podemos aprender várias lições dos três períodos de dois mil anos da história da humanidade, desde a criação de Adão até os dias de hoje, e aplicá-las à vida conjugal.
No primeiro período, que compreende de Adão até Abraão, por causa do pecado de Adão e Eva, o homem se distanciou da presença de Deus e chegou a uma situação carnal deplorável. Independentes de Deus, os homens foram se fortalecendo em sua carne e formando um reino para si. Assim procuraram exaltar o próprio nome, abandonando o nome do Senhor. O final desse período culminou com a construção de Babel – cujo significado é confusão – e o resultado foi a dispersão do homem em várias nações e em várias línguas (Gênesis 11:8, 9).
Então, no início do segundo período de dois mil anos, Deus chamou Abraão e prometeu fazer dele uma grande nação, um reino de sacerdotes que pudesse expressá-Lo e exercer Seu domínio sobre a terra. Esse período que perdurou até a primeira vinda de Cristo, se caracterizou por uma nação autoconfiante, a nação de Israel, que achava que podia fazer tudo o que Deus lhe dissesse, pela própria força. Aqueles homens viviam sob o controle da alma, confiavam em si mesmos e não se conheciam. Tinham orgulho de se chamar povo de Deus, porém, não O honravam; pelo contrário, desprezavam-No, desviavam-se do caminho do Senhor e faziam muitos tropeçar.
Não fosse isso suficiente, roubavam o Senhor nos dízimos e nas ofertas e falavam palavras duras contra o Senhor dizendo que era inútil servi-Lo (Malaquias 1:6, 12; 2:8; 3:8, 13). O conhecimento que possuíam era o da letra, mas faltava-lhes realidade espiritual. Como resultado, perderam a presença Dele e Seu falar por quatrocentos anos. Em vez de representar o reino de Deus na terra, se tornaram uma raça de víboras (Mateus 3:7), uma raça que representava o reino do inimigo de Deus. Seus líderes, que valorizavam posição e tradições, mostravam-se belos por fora, mas, como sepulcros caiados, estavam cheios de morte e podridão. Em alguma dessas coisas assemelhamo-nos a eles?
Porém, graças a Deus! No início dos terceiros dois mil anos, o Verbo se fez carne. A verdade objetiva se tornou realidade no meio dos homens. O que antes só podia ser lido e anelado, agora podia ser visto e até mesmo apalpado. Jesus viveu na terra, não para Si mesmo, mas veio para fazer a vontade Daquele que O enviou. Por isso, daqueles que Lhe foram dados pelo Pai, nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura (João 17:12).
O cuidado do Senhor Jesus por aqueles que Lhe foram confiados pelo Pai era tão intenso que, mesmo sendo santo, a Si mesmo se santificou a favor deles (João 17:19). Ele os amou até o fim e mostrou-lhes que o Pai era a origem de tudo o que tinha; transmitiu-lhes as palavras que recebera do Pai e por meio disso eles vieram a crer em Seu nome.
Diante de tudo isso, vamos refletir um pouco. Como temos vivido? A situação de nossa família se parece com que período de dois mil anos?
Como filhos de Deus, não deveríamos nos distanciar de Deus e viver na carne, satisfazendo-a em seus desejos; tampouco deveríamos agir com violência contra nossos cônjuges. Se formos rebeldes ao Senhor, devemos saber que o resultado será confusão e dispersão. Se insistirmos em dizer: “Quem manda aqui sou eu†, que nome estaremos exaltando? Se, ao contrário, declararmos: “porque o Senhor é quem manda aqui, vou me submeter a Sua vontade†, o nome Dele será exaltado em nossa casa e, no lugar de confusão, haverá harmonia e unidade.
Tampouco deveríamos ser governados por nossa alma, sendo autoconfiantes quanto ao que podemos fazer e produzir. Deveríamos, sim, verificar como está nosso serviço a Deus e quão útil nossa família tem sido ao Senhor. Devemos honrar o Senhor e ser-Lhe fiéis nas ofertas. Não buscar aparência, mas ter vida e realidade interior. Que não sejamos os que apenas conhecem a doutrina e não a praticam (Tiago 1:22).
Esperamos que todos vivamos a vida conjugal na realidade do terceiro período de dois mil anos. Isso é, que vivamos no Espírito, em comunhão com Deus e sendo por Ele governados. Que a Palavra de Deus que temos recebido se torne a nossa pessoa e não apenas informações. Que em nossa casa também nos santifiquemos a favor daqueles que nos foram confiados, filhos e cônjuge, separando-nos das coisas que contaminam nosso lar. Que o Senhor nos conduza a viver no Espírito, cuidando daqueles que nos foram confiados com o amor de Deus. Que nosso relacionamento conjugal seja marcado por ajudarmos um ao outro a permanecer no Espírito, vivendo e decidindo todas as coisas na presença de Deus.
Texto extraído da secção "O que Deus uniu" do Jornal Árvore da Vida (www.arvoredavida.org.br/jav)
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